segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ode à falta de tempo

Creio não ter estabelecido uma rotina aqui. 
Não me incomoda mais, este fato. 

Mas cá estou eu ainda mais desrotinada possivel com tantas mudanças, ainda tentando estabelecer um equilibrio casualmente ocasional, me refazendo em várias repetições de mim mesma que pensam agir indiferentes umas as outras...


sábado, 6 de julho de 2013

Pauvre Pierrot


Gosto muito do cinema e do teatro. Me encanta mais ainda a forma como se sucedem, completam-se.

Definitivamente um dos períodos mais encantadores para mim é a improvisação do século XVI, com a carnavalesca estória de Colombina e seus amores. A forma como era composta, o sentimento e o próprio sentido por trás de cada detalhe a um acaso dos atores que viviam uma vida inteira travestidos dos mesmos personagens.
Quando analisamos toda a realidade de Pierrot, Arlequim e Colombina combinados com os roteiros escritos ao longo de cada peça, podemos perceber a alegoria da própria vida, assim da forma mais simplista que possa ser, em palcos moveis, carroças, que serviam de moradia e transporte das próprias trupes.
Não era como fingir um personagem, era-se Colombina, uma combinação da essência de cada moça, que amava e queria ser amada , era-se Pierrot, moço que sonhava e desejava em sua inocência, era-se Arlequim, homem que queria pra si.
Lembro da primeira vez que vi um dos filmes de Émile Reynaud. A forma intrigante dos desenhos combinados a orquestra. Esqueci completamente qualquer tecnologia que tenha vivenciado e me senti por um momento em 1800. Foi único.
A complexidade do théâtre optique e a possibilidade de ver, como mágica, os personagens da Dell'arte em sua triangular trama, a genialidade da combinação física em transpor toda aquela realidade a um estágio tão puro, de contemplação, admiração: A experiência sublime de viver qual fosse a possibilidade, mesmo que por poucos minutos, ali, na tela.
Me apaixonei.
Me senti Colombina, fui Colombina, e por um momento quis Arlequim e o amor de Pierrot.



Parte de Pauvre Pierrot ( Pobre Pierrot ) - 1892.
                        

Elephants, syncophants, elephants...

Há um tempo comprei um exemplar de Esopo, e me encantei por essa fábula. 

O leão, Prometeu e o elefante 

Um leão queixava-se muitas vezes a Prometeu porque este o criara grande e belo, armara seus maxilar com presas, dotara de garras suas patas e fizera dele o mais forte entre os outros animais. "Mas mesmo assim", dizia, " tenho medo do galo". E Prometeu respondeu-lhe:  "Ao que vêm estas vãs acusações? Tu tens tudo quanto eu pude modelar, mas é apenas tua alma que dá provas de fraqueza".
O leão deplorava então sua sorte, incriminando sua covardia, e cogitando dar fim a seus dias. Isso ele tinha em mente, quando cruzou com o elefante. Cumprimentou-o e parou para conversar. Vendo que ele abanava as orelhas o tempo todo, disse: " Vês este bichinho tão pequeno zumbindo? Se ele entrar no conduto de meu ouvido, eu estou morto". E o leão questionou: "Depois disso, por que deveria morrer, eu que sou tão forte e excedo em sorte o elefante tanto quanto o galo excede o mosquito?"

moral: Vê-se que o mosquito é tão forte que amedronta até o elefante


sexta-feira, 5 de julho de 2013

a sociedade do homem pássaro.

Era uma vez o homem-pássaro.
Livre, simples, satisfeito em si.
Um dia cortaram-lhe as asas despiram-no de penas,compraram-lhe um bom par de sapatos e então passou a andar.
Devagar descobriu os males da terra. 
Deixou de cantar pouco depois da etiqueta, não queria soar inconveniente.
Por mais que tentassem sempre pareciam saudosistas.
Dentro de si sabiam que foram feitos para voar, mas reprimiam-se por medo de serem descriminados.
Hoje andam pelas ruas,
fingindo ser livre, simples e satisfeito com os seus bens. 



quinta-feira, 4 de julho de 2013

Sr.Bird

Então, um dos artistas que merece destaque no Sycophants of Elephants é Andrew Bird. 
Esse norte-americano, multi-instrumentista de 39 anos, me encanta completamente. A sensibilidade parece ter escolhido Andrew como companhia. Assoviador lírico , violinista, dono de uma voz incrível e a inspiração do nome desse blog.


Link da música linda do Andrew que inspirou o nome do blog